Final de semana no campo, final de semana perto da natureza, perto de mim mesma, dos meus pensamentos, sentimentos e sensações, final de semana longo, produtivo, bom!
Impressionante a sensação de que os dias são mais longos no campo. Sim, o relógio estava esquecido em algum lugar da mala, mas não foi só isso! A sensação que tive foi a de que eu estava muito mais atenta a mim mesma e menos preocupada em atingir as expectativas das várias pessoas e instituições que fazem parte da minha louca rotina paulistana.
A cidade tem dessas, imprime na gente uma necessidade urgente de ser e ter, de crescer, conquistar, aparentar. As empresas estabelecem seus prazos e metas, é preciso atingí-los para seguir minimamente estável e com alguma possibilidade de crescimento. Chefe e cliente precisam estar devidamente satisfeitos com a sua produção. É preciso ser bem-sucedido, produtivo. E nesta ânsia maluca, esquemos de nós mesmos e, sem percebermos, já somos parte da loucura urbana, correndo atrás do tempo e deixando tanto tempo pra trás.
O campo, ao meu ver, é mais benevolente. Apesar da lógica capitalista se alastrar impiedosamente por toda parte, me parece que ali ainda há espaço e tempo para ser quem se é, sem precisar estar todo o tempo sendo e vivendo a partir da lógica e demanda do outro.
Bom, lá venho eu mais uma vez com as minhas divisões binárias! Não, não quero ser simplista e esconder nesta minha dialética a complexidade de um ou outro espaço. Nem sei muito bem como estruturar os meus argumentos. Vou pensar melhor a respeito destas minhas impressões e, quem sabe, ainda escreva um pouco mais. Mas o fato é que, no campo, pude experienciar pelo menos um pouquinho da liberdade de me ver ligeiramente descolada das pressões urbanas que, porque permito, me invadem. Se o campo foi o grande responsável por isso, não sei ao certo. Mas que ele influenciou, disso não tenho dúvida!
Às vezes, parece que vivemos mais para os outros do que para nós mesmos. Mas é sempre hora de lembrar de dar um respiro. Minha fono falava de "ilhas de descanso": aqueles minutinhos só seus e de mais ninguém, fazendo algo que te dá prazer. Sempre ajuda a gente a se lembrar de quem é ;)
ResponderExcluirQuero te ver agora nas férias ;)
Mil beijos
Gostei: "ilhas de descanso"! Quem sabe a gente aos poucos não consiga transformá-las em pequenos continentes, hein! hehe
ResponderExcluirE que venham as férias! =)
Beijos pra vc tb, Lari!
Acho que suas impressões são muito justas... valem uma boa conversa..
ResponderExcluirBeijos saudosos quase do campo! ;)
Bom, eu que vim quase do campo(uma pequena cidade do interior de Minas), posso entender bem essa sua experiência. Mas, esse mesmo campo benevolente para o recarregamento de nossas baterias às vezes nos leva ao tédio, ao excesso de sossego. E isso também sufoca pessoas como nós, que por natureza somos inquietas e assíduas por realizações no dia a dia.
ResponderExcluirDe qualquer forma o campo é um ótimo remédio, que devemos tomar de vez em quando, mas, em doses perfeitas, para não sentirmos os efeitos colaterais.
Beijão.
Vera
Não tem como eu concordar mais com a Vera! hehehe
ResponderExcluirÉ, pode ser que a Vera tenha mesmo razão. É que o campo me fez tanto bem que é até difícil imaginar o tédio...
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