quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A provável benevolência campestre

Final de semana no campo, final de semana perto da natureza, perto de mim mesma, dos meus pensamentos, sentimentos e sensações, final de semana longo, produtivo, bom!


Impressionante a sensação de que os dias são mais longos no campo.  Sim, o relógio estava esquecido em algum lugar da mala, mas não foi só isso! A sensação que tive foi a de que eu estava muito mais atenta a mim mesma e menos preocupada em atingir as expectativas das várias pessoas e instituições que fazem parte da minha louca rotina paulistana.

A cidade tem dessas, imprime na gente uma necessidade urgente de ser e ter, de crescer, conquistar, aparentar. As empresas estabelecem seus prazos e metas, é preciso atingí-los para seguir minimamente estável e com alguma possibilidade de crescimento. Chefe e cliente precisam estar devidamente satisfeitos com a sua produção. É preciso ser bem-sucedido, produtivo. E nesta ânsia maluca, esquemos de nós mesmos e, sem percebermos, já somos parte da loucura urbana, correndo atrás do tempo e deixando tanto tempo pra trás.

O campo, ao meu ver, é mais benevolente. Apesar da lógica capitalista se alastrar impiedosamente por toda parte, me parece que ali ainda há espaço e tempo para ser quem se é, sem precisar estar todo o tempo sendo e vivendo a partir da lógica e demanda do outro.

Bom, lá venho eu mais uma vez com as minhas divisões binárias! Não, não quero ser simplista e esconder nesta minha dialética a complexidade de um ou outro espaço. Nem sei muito bem como estruturar os meus argumentos. Vou pensar melhor a respeito destas minhas impressões e, quem sabe, ainda escreva um pouco mais. Mas o fato é que, no campo, pude experienciar pelo menos um pouquinho da liberdade de me ver ligeiramente descolada das pressões urbanas que, porque permito, me invadem. Se o campo foi o grande responsável por isso, não sei ao certo. Mas que ele influenciou, disso não tenho dúvida!

6 comentários:

  1. Às vezes, parece que vivemos mais para os outros do que para nós mesmos. Mas é sempre hora de lembrar de dar um respiro. Minha fono falava de "ilhas de descanso": aqueles minutinhos só seus e de mais ninguém, fazendo algo que te dá prazer. Sempre ajuda a gente a se lembrar de quem é ;)

    Quero te ver agora nas férias ;)

    Mil beijos

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  2. Gostei: "ilhas de descanso"! Quem sabe a gente aos poucos não consiga transformá-las em pequenos continentes, hein! hehe

    E que venham as férias! =)

    Beijos pra vc tb, Lari!

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  3. Acho que suas impressões são muito justas... valem uma boa conversa..
    Beijos saudosos quase do campo! ;)

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  4. Bom, eu que vim quase do campo(uma pequena cidade do interior de Minas), posso entender bem essa sua experiência. Mas, esse mesmo campo benevolente para o recarregamento de nossas baterias às vezes nos leva ao tédio, ao excesso de sossego. E isso também sufoca pessoas como nós, que por natureza somos inquietas e assíduas por realizações no dia a dia.
    De qualquer forma o campo é um ótimo remédio, que devemos tomar de vez em quando, mas, em doses perfeitas, para não sentirmos os efeitos colaterais.
    Beijão.
    Vera

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  5. Não tem como eu concordar mais com a Vera! hehehe

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  6. É, pode ser que a Vera tenha mesmo razão. É que o campo me fez tanto bem que é até difícil imaginar o tédio...

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