segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A minha dialética

Há já algumas semanas um amigo querido, após ler um dos posts deste blog, comentou que eu era "dialética". Puts, dialética? Já ouvi este termo diversas vezes na faculdade, li o "O que é dialética" daquela coleção 'Primeiros passos', mas ainda assim confesso que este conceito permanecia abstrato demais pra mim. Eis que ontem entendi um pouco melhor não apenas o termo, mas o cometário deste meu amigo sobre a minha forma de organizar o pensamento. Acho que ele tem razão na observação que fez!

Tudo começou quando, refletindo sobre as minhas dificuldades e potencialidades, me percebi quase que duas pessoas: uma muito segura de si e outra muito frágil, insegura. Me diverti por alguns minutos comparando as duas - uma era quase o inverso da outra! De repente me dei conta que quem se divertia com toda aquela comparação era uma terceira parte de mim. Que percepção libertadora essa! Sim, pois por que raios eu havia escolhido me pensar a partir de uma divisão binária? O 'dois' (bom/mau, alto/baixo, justo/injusto, fiel/infiel, etc) simplifica, limita. A chegada desta terceira parte possibilitou uma quarta, quinta, sexta...

O ponto é que esta reflexão sobre as minhas partes é uma pequena amostra de como eu frequentemente organizo os meus pensamentos: em duas partes! E lá fui eu de novo tentar decidir se era bom ou ruim ser assim! Rsrs! Pensei que a minha dialética acaba sendo um tanto simplista, sim. Seria bom ficar mais atenta aos seus mecanismos quando eles aparecerem. Mas ela me ajuda a organizar meus pensamentos e, por sorte, assim como a dialética produz novas sínteses, não raro o contraste entre as duas partes acaba gerando uma terceira! Pelo menos foi assim ontem!

5 comentários:

  1. Ora, se fôssemos sempre uma coisa ou outra, dai seríamos muito chatos.

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  2. Lembra do M. Soares? Ele falava que a dialética era a única coisa que o capitalismo não podia comprar. Achei tão bonito isso, na época - e ainda acho, na verdade.

    Temos universos inteiros dentro de nós, somos todas personagens esféricas - mesmo os mais medíocres de nós. Entendo perfeitamente o que você diz - e o que disse no post ao qual se referiu.

    Não sei se o fato da vida ter gosto de eterna descoberta (sobre nós e sobre o mundo) tem a ver com os nosso vinte e poucos anos ou com o modo como sentimos tudo. Voto pela segunda opção.

    Saudades de você :)

    Mil beijos

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  3. Xi, preciso estudar Inglês, e estou aqui,rsrr. Pior que agora ficarei pensando sobre o texto.
    Ás vezes me vejo duas, três e até quatro..as vezez nenhuma, ou uma outra muito diferente do que sou ou me imagino. Será dialética? Será dúvida? Insegurança? ou apenas dificuldade de aceitação? terei muito no que pensar durante o resto da semana.
    Já estava sentido falta de um novo texto e gostei muito.
    Beijos
    Vera.

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  4. Ei, Cayo, Lari e Vera! Sempre muito legal receber os comentários de vcs!

    Ainda bem que a gente não se encaixa tão facilmente nessa minha lógica dual! Ainda bem que às vezes nos percebemos duas/dois, três, quatro! Não acho que isso seja insegurança. Acho que é estarmos sintonizados com as nossas várias facetas, tendo coragem de olhar pra elas um pouco mais de perto e deixar a confusão se instalar nem que seja por um tempo curto. Às vezes a gente pode acabar se achando meio maluco, mas tenho a impressão que essas reflexões geram auto-conhecimento e crescimento. Acho que vale a pena!

    E tomara, Lari, que isso esteja mesmo mais relacionado com a nossa forma de sentirmos o mundo do que com os nossos vinte e poucos (nem tão poucos assim) anos!

    Beijinhos nos três! =)

    Thays

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  5. Ricas reflexões!!! Eu me penso muito paradoxal...de maneira multi, as vezes binária tb...mas só topo refletir se for ao vivo...hehhe
    Saudades de vc!!!

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