sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Porque Brasil não é São Paulo e música brasileira não é bossa nova

Hoje me dei conta com maior clareza que Brasil não é São Paulo e música brasileira não é bossa nova. Por favor não me levem a mal: amo e desfruto de ambos com muita intensidade! Mas esta noite comecei a perceber que existe muita coisa para além daquilo que meus olhos e ouvidos puderam até agora perceber.

Talvez um leitor ou outro se antecipe e me ache no mínimo "lenta" por perceber isso apenas aos 27 anos, não sei. O fato é que recentemente descobri a bossa (através das vozes deliciosas de Rosa Passos e Leny Andrade) e vidrei nela. Acreditei ter encontrado a resposta para aquela terrível pergunta que tanto me aflige: "e, me fala... que som vc curte?"

Meu, sei lá que som eu curto! Num bate papo com outra pessoa que estimo demais, ouvi sobre a formação do gosto. Não me recordo ao certo (quem sabe não retomo este papo com ela e volto a postar sobre o assunto qualquer dia?!), mas ao que parece, gostamos daquilo que conhecemos, ou melhor, somos levados a dizer que não gostamos de coisas que, na verdade, não conhecemos (ok, retomarei o papo! [rsrs]). Enfim, como poderia eu falar que não curto aquilo que não conheço, dizer que não gosto de ópera, sem conhecê-la minimamente?

Então como eleger um ou dois estilos musicais para serem meus favoritos? Eu conheço tão, mas tão pouco de música! Eita pergunta chata esta! De qualquer forma, tudo indicava que eu tinha encontrado a minha resposta: bossa nova! E, de fato, como gosto de ouvir as gravações que essas duas (Rosa Passos e Leny) têm de clássicos (tá aí outra coisa que acho chata: "clássicos" - mas esse papo vai ter que ficar pra uma próxima, mesmo porque nem sei direito por que essa palavra me incomoda tanto) da bossa (ou daquilo que imagino ser bossa nova!).

Mas hoje fui pela segunda vez ouvir e dançar ao som de Pé de Mulambo e percebi a sabedoria daquela minha questão: "sei lá que som eu curto!". Bossa nova é uma delícia, mas o som que esses caras fazem (que, por ora, nomearei de forró - quem sabe um dia eu consiga ser mais específica!) é, também, fenomenal! E, para ajudar nesta minha longa reflexão, tive o privilégio de conversar com Junior Caboclo que, pelo que entendi, dá suas canjas com o Pé de Mulambo e, entre outros trabalhos, toca na Banda de Pífanos de Caruaru. E ele, com aquele sotaque que tanto me encanta, falou de muitos ritmos e festas e instrumentos e músicas e compositores... falou de Recife e Caruaru e de sua cidade (infelizmente não me recordo do nome)... e dos trabalhos que faz, dos instrumentos que toca, dos seus mestres... Enfim, um papo curto porém riquíssimo pra mim! E depois dele participei (também bem mais como ouvinte!) de outros papos. Uma noite cheia de trocas que me conduziu pra casa inebriada por tantas reflexões (vejam que não consigo parar de escrever!).

E tudo isso me ajudou a perceber que o Brasil é enorme e que a nossa música é muito rica e que tem gente demais e muita coisa rolando por aí afora. Que percepção bacana essa! Eu precisava compartilhar! =)




Ah, logo mais escrevo um pouco sobre "O Quinze". Preciso de mais tempo livre!
E outra coisa: vocês sabem por que as pessoas escrevem bossa nova com letra maiúscula?

4 comentários:

  1. oi thays! mto legal a sua reflexão, e me identifiquei pq tb gosto de vários tipos de música, dependendo da época estou escutando umas coisas e não outras, e em certas fases inclusive não escuto música nenhuma, o que acaba dando uma zerada pra ouvir coisas novas... ah e gostei pra caramba do pé de mulambo! energia em alta! bj

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  2. Marta,

    Que gostoso te ver por aqui! Mais gostoso ainda é saber que nos identificamos em alguma (e, ouso dizer: algumas!) medida!

    Acho que vc iria gostar de ver Pé de Mulambo ao vivo! Que tal domingo, dia 18, no Miscelânea (http://www.miscelaneacultural.com.br/)?

    Beijos!

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  3. Estou de pleno acordo, pena que pouca gente descobre isso, e as vezes, quando descobre, prefere omitir.
    Bjs.

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  4. Bacana!!!... sempre bom abrir os horizontes neh?
    Ando fazendo as pazes com a MPB mineira.. desde que me deparei com esses versos de Milton:
    "Lembra que o sono é sagrado
    e alimenta de horizontes
    o tempo acordado"
    Não é lindo de morrer?? rs
    Beijossss

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